sábado, 29 de junho de 2013

04 de maio - Delhi - Dubai

Ao acordar só bebi o chai pois não tinha fome. Fui a casa da vizinha despedir dela e dos filhos. Um deles veio conosco para conduzir o carro até o aeroporto. A Manu colocou mathri na minha mala para eu comer quando tivesse fome.
Despedi-me da mamaji e ambas choramos. Ela disse que esta foi a primeira de muitas viagens que eu irei faze a India :)
Despedi do pai Sunil e ao entrar no carro, uma criança que brincava na rua deu-me balas de morango.
No caminho até o aeroporto paramos e compramos shake paree, uns bolinhos tipicos (e minha bolsa já não cabia mais nada, tive de deixar meu pijama com a Manu).
No aeroporto despedi-me dos meus maninhos... Mickky e Manu...
Bem, no aeroporto, despachei minha mala e fui ao embarque. Com as rupias que ainda tinha comprei suvenir no Duty Free e mais alguns doces típicos. Isso quer dizer que além da minha bolsa pessoal, tinha 2 malas de mão e 2 sacolas enormes com coisas do Duty Free. E era isso que eu teria de carregar durante minha escala de 20 horas em Dubai.
Estava com muita fome pois não tinha comido nada além de beber o chai. No avião, quando serviram o café da manhã eu já estava com uma leve dor de cabeça que durou as 3 horas de viagem de Delhi até Dubai.
Ao desembarcar, as 13h, eu e minhas malas e sacolas fomos para a imigração. Em cada guinchê havia um árabe com a típica galabaia e kaifa branco e todos com cavanhaque. De longe pareciam todos iguais. O atendimento era demorado com a verificação de passaportes e documentos. Na minha vez não fiquei nem 1 minuto, graças ao passaporte europeu que dispensa documentos e explicações. Depois do "boa tarde", perguntou de onde eu vinha, carimbou meu passaporte e disse: "Nice mehandi" (bonito mehandi). Eu agradeci e segui meu caminho.
Na saída do aeroporto tirei euros num caixa eletrônico e troquei por dirhans. Fiquei a pensar se apanhava um táxi até o hotel ou ia de metro. Resolvi arriscar e apanhar um metrô. No guinchê, comprei um bilhete diário por 16 dirhans e fiquei uns 5 minutos a tentar me entender com o mapa do metrô. Na minha reserva do hotel dizia que ficava perto de Al Fahidi Station. Encontrei a dita estação no mapa e apanhei o metro futurista, o mais moderno que já vi. e 15 minutos depois já estava entrando no hotel, que fica em frente a estação.

Pelo preço que paguei (210 dirhans, cerca de 40euros / 120 reais) até que me surpreendeu pela qualidade, atendimento e localização. O quarto era super confortável e como eu estava já com uma dor de cabeça terrível, tomei remédio e dormi até as 17:30.
Acordei, tomei um banho, comi uns mathri e fui ao shopping Dubai Mall ver alguma coisa para comer. 
O que tenho a dizer de Dubai: tudo aqui é grande! Os prédios, as estações, a lojas... E tudo tem a cor prata ou é de vidro normal ou espelhado e as luzes são led. Tudo para dar ideia de uma cidade futurista. Antes da viagem pesquisei sobre Dubai e li que as mulheres quando vêem para cá tem de vestir roupas que cobrem mais o corpo por ser um país islâmico muito conservador. Mas mulheres cobertas que vi aqui só as emirates. As turistas só não mostravam mais porque não estavam na praia. Apesar da cultura rígida achei muito mais moderno que a India no que diz respeito a aceitação das vestes "ocidentais". Quanto às Emirates casadas... só se via os olhos delas. Elas usam a burca preta bem tradicional contrastando com bolsas Louis Vuitton, sapatos Channel e Iphone.






Estação do Metro

Ao chegar na estação Dubai Mall dirigi-me ao Shopping com o mesmo nome da estação. O maior shopping do mundo! É tão gigantesco que chega a ser irritante andar quilômetros para chegar aonde quer que seja. A área total é de 12 milhões de quilômentros quadrados, o equivalente a 50 campos de futebol. Fui descobrindo, aos poucos, que a área de alimentação era praticamente do lado oposto de onde eu estava, tipo, alguns km entre minha fome e a praça de alimentação. As vezes eu parava e pensava, tipo, deveria ter um minibus lá dentro. É cansativo e irritante. Grande demais, lindíssimo, mas não gostei de ter de andar tanto para chegar em qualquer lugar. Mesmo porque antes disso eu tive de andar em uns 20 tapetes rolantes da estação do metro até a entrada do shopping.
Quando encontrei a praça de alimentação não perdi tempo com escolhas e fui a Mc Donalds comer um menu Mc Spicy Chicken!

Dubai Mall











Ao acabar de comer tive de andar quase tudo outra vez para encontrar umas das saídas que me levava ao Burj Khalifa, o maior prédio do mundo, claro. Com 163 andares e 828 metros de altura. Todo de vidro com prata (cor) claro. Havia milhares de pessoas tirando fotografias, várias vezes. Porque é muito difícil encontrar um ângulo em que seja possível tirar a foto do prédio inteiro. Eu não consegui.

Burj Khalifa e alguns prédios a volta do Dubai Mall












Momentos depois, ao lado do prédio, começou o espetáculo das Águas Dançantes. As fontes jorram água numa sincronia perfeita com a luz e a música.









Show da Águas Dançantes em video

                                    



No dia 5 de maio tinha de estar no aeroporto às 6h, mas esta foi a hora que levantei. Tomei um café com leite no hotel pois não tinha tempo para mais. Quando fui tirar um dinheiro para dar ao recepcionista como gorjeta, sem querer tirei rupias (moeda indiana) e só percebi quando o funcionário, indiano, exclamou emocionado ao ver a nota: "Ohhh rupee! This is India! Você vem da India???" Disse que sim, pedi desculpa e troquei por dirhans. Ele ainda perguntou se eu tinha gostado da India... :)
Cheguei ao aeroporto as 7:15, carimbei minha saída no passaporte e este funcionário também elogiou a henna nas minhas mãos: "Good morning! Nice mehandi" :)
Meu vôo partia às 9:15 e ainda faltavam 2h. Parecia muito, mas eu tinha me esquecido que estava no maior terminal de aeroporto do mundo, o Terminal 3 exclusivo da Emirates. Com seus 388km quadrados há até comboios para levar-nos de um portão de embarque a outro, que eu dispensei, pois o Aeroporto de Dubai que é o 3º maior do mundo mais parece um shopping de luxo. Tem até fontes com água jorrando entre luzes led. Fui andando até o meu portão olhando as lojas até que me dei conta que estava quase na hora do meu vôo e tive de despachar. Troquei dirhans por euros e embarquei. Vi dois filmes indianos, comi imenso (as comissárias da Emirates não param de nos oferecer comida) até chegar a Lisboa. Morrendo de saudade.



domingo, 23 de junho de 2013

02 e 03 de maio - Chandigarh - Nova Delhi

De manhã, ao acordar senti o cheiro bastante forte da henna usada para fazer o mehandi. A tonalidade da tinta estava bastante forte e a Manu ficou impressionada: Ela disse que, segundo a tradição, quanto mais forte fica o mehandi no dia seguinte mais a nossa sogra nos ama! Lol. Isso quer dizer que minha futura sogra me amará! :)
Passei o dia a comer! O almoço estava como sempre delicioso. A tarde organizei minha mala pequena (a grande deixei em Delhi) e pedi a Manju para lavar algumas roupas minhas.


No fim do dia fui com Mickky e Jashan a um supermercado internacional onde comprei ingredientes para preparar uma massa italiana.
Fiz dois pratos de massa, uma de atum e outra vegetriana. Depois que terminei o primeiro eles provaram e amaram. Quando estava a fazer o segundo notei que a Manu havia desaparecido. Um tempo depois ela apareceu dizendo que foi a casa das meninas vizinhas, pois a massa estava tão deliciosa que ela quis que as meninas provassem. E elas adoraram. Quando acabei o segundo prato, de atum, comemos e a Manu simplesmente não conseguia parar de comer :)
A roupa típica do Punjabi que ganhei ficou pronta e a Manu sugeriu que eu experimentasse para tirar fotos. Ficou mesmo linda e com o mehandi nas minhas mãos eu já parecia uma garota do Punjabi lol. A Manu tirou mais de 100 fotografias.





Dia seguinte, 03 de maio, foi um dia bastante triste pois era meu último dia em Chandigarh e aproximava-se o fim da minha viagem. Como sempre, recebi o chai com bolachas na cama ao acordar e em seguida, o café da manhã: omelete, pão e meio hora depois, muitas frutas.


Depois do almoço despedi-me da Manju, Samu e Jashan. Foi impossível não chorar. Fiquei bastante emocionada, pois tive uma estadia maravilhosa onde fui tratada com todo cuidado e atenção por todos.
Pegamos estrada, eu, Manu e Mickky, meus irmãozinhos indianos. Paramos apenas uma vez, na Mc Donalds, onde comi hamburger vegetariano, de batata (Mc Aloo).






Ao chegar em Delhi reencontramos a mamaji e o pai Sunil. Ele, apesar de doente, fez um prato de peixe, uma das suas especialidades, simplesmente delicioso. O jantar ainda tinha frango e 2 pratos vegetarianos com arroz (pulao) e roti.
Ao organizar minha mala tive de sentar em cima para conseguir fechá-la. E tive que levar duas malas de mão.
Fui dormir 1h da manhã com a sensação de que a viagem soube a pouco, apesar de tudo que vivi...